terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Jarrett Jack Effect - The Mark Jackson Movement


Quando pensamos na presente época da NBA, vem-nos logo à cabeça a ruptura vertiginosa (e, para os fãs, dolorosa) entre as expectativas criadas e a actual campanha dos Lakers. Esse é sem dúvida o facto mais distinto desta época, e a confirmar-se a ausência da mais famosa equipa de Los Angeles dos playoff, será certamente um caso a ser estudado (como depois de todos os grandes desastres, a incredulidade tem obnubilado toda a explicação plausível, e ninguém concorda plenamente sobre as verdadeiras causas da catástrofe) durante anos e a que iremos aludir quando nos quiserem fazer passar uma lista de jogadores de basquetebol individualmente muito valiosos como uma certeza, para lá de toda e qualquer dúvida, de que temos ali uma grande equipa – como, de certo modo, no futebol já o fazemos devido ao relativo desapontamento que foram os galácticos de Madrid. No entanto, o actual grande flop dos Lakers, e a enxurrada argumentativa à sua volta, tem arrastado para segundo, terceiro, quarto ou plano nenhum, a análise do grande sucesso desta época – a enorme e absolutamente anti-intuitiva campanha dos Warriors.
A equipa de Oakland, ao longo de vários anos comandada por Stephen Curry e Monta Ellis, a que depois se juntou o promissor David Lee, foi sempre apresentada como talentosa, capaz de obter pontuações absolutamente excepcionais e de fazer frente a qualquer adversário, cuja juventude implicava uma irregularidade que exigia paciência, obstinação, crença, pese embora os frutos deste sacrifício, em breve, sem dúvida se irem tornar indiscutíveis.
Porém, as épocas passavam, os falhanços das não idas aos playoff acumulavam-se, a maturidade não dava à costa, a irregularidade corroía a fé e consumia a paciência. Na época passada, a corda rompeu-se. Convencido das teses de que a equipa não evoluía devido à incapacidade do jogo interior (porque a mestria do exterior estava para lá de qualquer dúvida), numa troca que continha algum risco mas que foi elogiada de forma generalizada, o GM decidiu adquirir um poste portador de saúde duvidosa e abrir mão da sua principal estrela: assim, trocou Monta Ellis por Andrew Bogut. Mas quando esta época, logo no início, se tornou claro que a verdadeira capacidade física de Bogut – como, num caso semelhante, a de Bynum – tinha sido sobre-avaliada,  o desânimo foi tal, a descrença na melhoria dos resultados tão forte, que levou inclusive os responsáveis pela equipa a mentir aos fãs até ao último momento. Aquilo que parecia ter sido um movimento audaz, quem sabe o sempre necessário golpe de asa que abre a porta do sucesso, tinha-se tornado na causa inexorável dos próximos anos de penúria.
Até que a época começou. A equipa, a cada jogo se demonstrava mais competitiva; a tão desejada regularidade ganhadora, a cada série se prolongava; a estupefacção foi dando lugar a um cauteloso optimismo; e, hoje, ainda ninguém percebeu muito bem como a equipa já praticamente garantiu os playoff. Há quem aponte a estabilidade da saúde e, talvez devido a ela, nas exibições de Curry, juntando-se assim este ao sempre competente David Lee; não há quem deixe de fazer referência à evolução de Klay Thompson ou ao talento do rookie Harrison Barnes; e, mais timidamente, quem faça notar a boa época dos reforços vindos de New Orleans: Jarrett Jack e Carl Landry.
Quero defender que, se nenhuma destas causas é falsa, todas juntas também não parecem suficientes. Curry e Lee em 2010/2011 já jogavam juntos, ainda tinham a cooperação de Monta Ellis, e o sucesso não aconteceu; Klay Thompson pode ser acusado do pecado dos colegas a que se juntou: a extrema irregularidade; a época de Harrison Barnes parece claramente uma consequência, e não a causa, da boa orgânica da equipa; e os reforços pescados aos Hornets eram há muito conhecidos quando a desilusão e desentusiasmo causados pela lesão de Bogut eram tão grandes que podiam ser avistados do outro lado da Golden State Bridge.
Sem negar que outras causas para isso contribuíram, qual então a causa fundamental de todo este sucesso?
Para mim, um pequeno movimento táctico acrescentado por Mark Jackson esta época (ele que já era o treinador na desastrosa época passada) e que, se fosse apreendido por outras equipas da NBA, podia ser copiado com igual êxito: a deslocação, logo que o jogo aquece, de Stephen Curry para shooting guard, com o comando do jogo a ser entregue a um base competente na organização da equipa, mais preocupado com o critério e fluidez na circulação da bola do que com o cesto, capaz de dosear o ritmo e aumentar a eficácia do ataque e, através do controlo do jogo, da defesa – algo que Jarrett Jack tem feito na perfeição.
Mark Jackson, ele mesmo um ex-base com as características de Jack (outros há e houve na NBA; um dos recém retirados que vem à memória é o grande Steve Kerr; o exemplo actual mais óbvio pela longevidade é Andre Miller), compreendeu – ou talvez tenha sido obrigado a testar e logo percebeu – esta época que as dificuldades da equipa não derivavam da ausência de agressividade no jogo interior (Bogut fez 7 jogos, e julgo que em nenhum deles esteve 30 minutos em campo), nem da falta de regularidade do exterior (essa continua); o grande problema da equipa, e que agora foi resolvido, consistia em ter um shooting guard como guard, porque um shooting guard, por mais talentoso e capaz que seja, tem o instinto adestrado na direcção do cesto, e, quando os jogos se tornam complicados, o seu instinto tende a degenerar em individualismo, o individualismo em turnovers, os turnovers em instabilidade emocional, e, nos momentos chaves dos jogos, em derrotas - mesmo um jogador do calibre de Lebron, quando obrigado a executar nos últimos minutos uma função que lhe é anti-natura, não evita estes erros.
A equipa que em termos de regular season mais padece claramente do mesmo vírus são os Cavaliers – Kyrie Irving, que já é um dos melhores jogadores da Liga, nunca será, como S. Curry também nunca será, um grande guard – e, no que aos playoff diz respeito, talvez em breve tenhamos notícia que todo o talento dos Thunder, e a aparente facilidade com que R. Westbrook marca pontos, não sejam de novo suficientes para a conquista do título, com este último a enveredar pelas decisões mais disparatadas (e quase sempre individualistas) quando o jogo mais exige um melhor critério (o recente episódio com os Grizzles é um sintoma disso mesmo: a equipa não compreende as suas decisões, e o treinador só mantém a paciência porque o talento – dele e da equipa – vai chegando para uma regular season de sucesso).
Entretanto, os Golden State, com o seu jogo equilibrado, onde o talento é sustentado e potenciado pela organização de jogo de um verdadeiro base, tem já o playoff quase assegurado e o futuro, com a recente reentrada de Andrew Bogut na equipa, não podia ser mais prometedor. 

pmramires

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A "NEGRA" DEVIA TER OUTRA SOLUÇÃO...

Muito se fala da Verdade Desportiva e esta é posta em causa quando se decide um campeonato num jogo em casa contra o rival mais direto! Grande parte dos campeonatos que se decidem nos play-off são resolvidos na "negra" e para a atingir as equipas chegam empatadas em vitórias na final do play-off. O play-off disputa-se entre o 1º vs 8º, 2º vs 7º, 3º vs 6º e 4º vs 5º e por outro lado, a "negra" disputa-se sempre ao 5º jogo na casa da equipa vencedora da Fase Regular.

Como um campeonato, por norma, deve ser decidido entre todos as equipas e com o play-off é decidido numa final a 2, o que vai um pouco contra o que deve ser considerado o mais forte e regular entre os intervenientes deveria haver outra forma de se apurar o campeão nacional. Este sistema para conhecer o Campeão Nacional passa-se no Futsal, Basquetebol e Voleibol.


Jogar uma "negra" em casa traz vantagens óbvias como jogar perante o seu público e num pavilhão e ambiente favorável. Além, de que um dia mau num play-off ou na "negra", pode deitar a perder o trabalho de uma época inteira e também a injustiça de uma equipa que termina a Fase Regular em 1º, ser eliminada nos play-off quando fez 2 jogos menos conseguidos. Concordo que digam que o vencedor da Fase Regular tem que ter alguma vantagem perante os adversários passando, neste caso, pelo fator casa no último jogo mas há outra solução mais justa e que apura o mais regular (aí sim, no verdadeiro sentido da palavra) ao longo de todo o campeonato.

O campeão seria apurado depois da Fase Regular num mini-campeonato entre as 8 primeiras equipas no Futsal e as 6 primeiras no Voleibol e Basquetebol. As equipas em disputa do Campeonato veriam os seus pontos reduzidos para metade e jogariam entre elas com jogos em casa e fora. No término da Fase Regular e do Mini-Campeonato vencia a equipa mais forte e regular.

Ainda no ano desportivo transato, todas estas modalidades foram decididas na "negra" e à exceção do FC Porto no Basquetebol (perdeu 53-56 no Dragão Caixa) o fator casa sorriu ao vencedor da Fase Regular em Voleibol, Sporting de Espinho e em Futsal, Sport Lisboa e Benfica, o que espelha uma vantagem considerável em relação ao rival.
Para as equipas que lutam pela manutenção o sistema a aplicar seria exatamente o mesmo!

Acham que o molde para apurar o campeão devia ser alterado ou deve-se manter o mesmo formato?


M. Félix

domingo, 27 de janeiro de 2013

Contratos televisivos nos grandes


Nas últimas décadas, temos assistido a uma mudança de paradigma no futebol actual e longe vão os tempos em que os clubes apenas se governavam com receitas vindas da venda de jogadores ou de bilheteiras. Olhando para a lista elaborada pela credenciada agência de auditoria/consultoria inglesa, das receitas anuais dos principais clubes dos 5 melhores campeonatos europeus, observamos uma grande supremacia dos dois gigantes espanhóis face à concorrência. Nos casos do Real Madrid (479.5m€), pela oitava época seguida no topo e do Barcelona (450.7m€) pela quarta vez seguida no segundo lugar do pódio. O terceiro classificado da lista Manchester United aparece a uns incríveis (83.7m€) do Barcelona. Esta disparidade, em parte, é justificada pela enorme desproporcionalidade no peso dos contratos televisivos a favor dos dois clubes espanhóis. No campeonato espanhol esta discrepância é ainda mais assustadora. Olhando para o clube espanhol que se segue nesta lista da Delloitte, o Valência com 116.8m€ encontra-se bem longe dos quase 500m€ de receitas anuais do Real Madrid. 
O favorecimento destes dois clubes, quanto aos contratos televisivos é por demais evidente e neste campo a disparidade para os restantes ainda é maior, pois tanto Valencia como Atl. Madrid se encontram fora do Top 20 dos clubes com maiores receitas televisivas. Isto em parte pode justificar o que temos vindo a assistir no campeonato espanhol nos últimos anos, dois clubes milionários que lutam pelo título sem ninguém capaz de se intrometer nessa luta, restando apenas aos restantes clubes lutar pelos lugares europeus. 

Observando os restantes campeonatos, e pegando no exemplo da Premier League, estas discrepâncias já não são tão evidentes, visto que existe um “bolo” comum a todos os clubes e outra parcela é dividida consoante a classificação dos clubes no final do campeonato, juntando o número de transmissões que foram efectuadas. Este método parece não ser muito favorável aos clubes mais poderosos mas sem dúvida que ajuda a estabelecer um nível de competitividade bem mais elevado entre os clubes da Premier League. No caso da Bundesliga estas receitas televisivas já não têm tanto impacto, casos como Bayern que apenas 22% das suas receitas anuais provêem das receitas televisivas, Schalke (18%), Hamburgo (21%) e Dortmund que representa o “outlier” deste grupo de equipas do top-20 em termos de receitas televisivas com 31%. Comparar estes valores com os de outros campeonatos, no caso da Liga BBVA, Real Madrid (39%), Barcelona (37%), acontece semelhante nos clubes ingleses onde o Chelsea apresenta o valor mais elevado com 43%, Arsenal (37%), Machester United (33%), ou seja, entre 1/3 e 2/5 das receitas anuais destes clubes são provenientes de contratos televisivos. Na Serie A e Ligue 1, o caso ainda é mais preocupante, Inter de Milão (60%), A.C. Milan (51%) e Juventus (46%), Lyon (54%) e Marselha (52%) vêem as suas receitas anuais serem metade provenientes desses contratos.

Ao olharmos para estes dados, podemos afirmar que o sistema adotado pela Bundesliga é o ideal e o aconselhado a todos os clubes Europeus, mas também não nos podemos esquecer que a visibilidade de um campeonato alemão ainda não é o mesmo de um Inglês e até mesmo de um Espanhol, que dominam o mercado asiático aumentando as suas receitas globais com os novos contratos televisivos em quase 50%. Visto isto, é compreensível que vejamos os clubes alemães optarem por outros modelos de gestão para obterem receitas e não dependerem tanto de contratos televisivos. 

Será que esta disparidade de riqueza entre os clubes ditos “grandes” e os clubes de baixo da tabela vai continuar ou uma renegociação dos direitos dos contratos televisivos nestes campeonatos tornaria as coisas bem mais atrativas? Será que estes tais clubes “grandes” vão deixar isso acontecer? O exemplo de gestão a seguir será o observado na Bundesliga? Tudo isto, são questões que nos vamos colocar nos próximos anos, mas o que vale acima de tudo é que o interesse pelo futebol ao vivo nestes grandes campeonatos continua inabalável e os clubes ainda conseguem obter algum “incoming” das receitas de bilheteira. Pelo menos por agora.

JPereira

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Sonho de um Milionário


Considerada por muitos a liga mais atractiva e competitiva do mundo a Premier League tem como cartão de visita uma quantidade astronómica de jogadores de topo mundial. Este fenómeno apenas é possível devido ao grande poderio económico dos seus clubes, poderio esse que depende quase exclusivamente da "generosidade" dos seus donos.

Desde há muito tempo que é tradição em Inglaterra os clubes serem, ao contrário do que se passa em Portugal sendo o Beira-Mar a excepção à regra, detidos por indivíduos ou entidades privadas. Tudo isto era "banal" até aparecer um homem com um sonho...Esse homem, de seu nome Roman Abramovich chegou a Inglaterra com o sonho de ser Campeão da Europa. 
Com este objectivo em mente adquiriu um clube, o Chelsea, e desde contratações extravagantes a despedimentos com indemnizações superiores a orçamentos de muitos clubes portugueses, Roman deu uma nova vida a uma liga já por si muito agitada. Conhecido pelas suas excentricidades, muitas eram as expectativas dos adeptos dos Blues em relação a este novo "patrão do futebol", e ele não os desiludiu. 
Ora vejamos: Em Junho de 2003 chega ao futebol inglês adquirindo os Blues por 60 milhões de libras, com o clube vieram também 80 milhões de libras em dívida, valor esse que pagou rapidamente. Em seguida Roman foi "às compras", comprou ao Real Madrid o francês Claude Makélélé e o camaronês Geremi, ao Man. United Sebastian Verón, do Inter chegou Crespo, adquirindo ainda Arjen Robben, Joe Cole, Glen Johnson, Adrian Mutu e Wayne Bridge. Esta lista só não é mais extensa porque nomes como Alessandro Nesta ou Emerson, que foram abordados, não foram possíveis.
Nesse ano, época 2003/2004, os Blues terminam num espectacular 2º lugar na Premier League (melhor classificação dos últimos 49 anos), e após ultrapassarem o Arsenal nos quartos de final da Liga dos Campeões, caem frente ao Mónaco nas meias-finais. Poder-se-ia dizer que Abramovich teve sucesso, certo? Parece que não, o milionário queria mais. Para isso despediu Ranieri e contratou o então treinador vencedor da Liga dos Campeões, José Mourinho!! Adquiriu também Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Petr Cech e...Didier Drogba. Veio então uma época dourada para o clube e o seu proprietário. Entre 2004 e 2007, os Blues, com José Mourinho no comando, conquistaram duas Premiership, duas Carling Cup, uma Community Shield e uma FA Cup.

Contudo, mesmo depois de outras aquisições de peso como Ballack, Shevchenko, Essien, e Salomon Kalou, o "Sonho" continuava a escapar-lhe. Despede então Mourinho (pagando uma indemnização de loucos), e continua a fazer aquilo pelo qual já era conhecido: compras e mais compras.
Faz então chegar a Londres Malouda, Anelka, e tenta ainda Daniel Alves. Com Scolari chegam Bosingwa, Quaresma e Ivanovic, com Ancelotti Ramires, David Luiz e Fernando Torres.
Conquistam-se alguns títulos em Inglaterra, atingem-se algumas meias-finais e uma final perdida da Liga dos Campeões, mas o tão desejado título, nem vê-lo.
Em 2011 chegou então André Villas-Boas trazendo consigo uma Liga Europa e a pressão de ser um "mini-Mourinho", mas uns meses e uma indemnização multimilionária depois (mais uma), eis que chega ao comando dos Blues, Roberto Di Matteo, até então adjunto de Villas-Boas no clube!!
No começo a sua única missão era completar a época sem grandes esperanças, com a excepção da FA Cup e de um lugar de acesso à Liga dos Campeões para o ano vigente. Porém Di Matteo tinha outras ideias e no espaço de pouco mais de um mês leva os Blues a duas Finais, a FA Cup, que conquista mais tarde frente ao Liverpool por 2-1 e, após uma vitória muito suada frente ao FC Barcelona, a tão desejada final da Liga dos Campeões contra o gigante alemão Bayern de Munique. Nesse ano a final era jogada em casa do adversário no Allianz Arena, mas isso não intimidou Di Matteo e os seus pupilos e, após um empate a uma bola, o Chelsea conquista a sua 1º Liga dos Campeões batendo o Bayern por 4-3 nos penaltis. 

Nove anos e muitos milhões depois Roman Abramovich concretiza assim o seu sonho e é agora detentor de uma equipa vencedora da Liga dos Campeões. O sonho estava concretizado e o milionário feliz!! Já esta época, após uma série de maus resultados que deixaram a equipa em 3º lugar quer na Liga dos Campeões quer na Premier League, (no caso da Champions precisariam de uma combinação de resultados para prosseguir na competição), Di Matteo foi destituído do cargo dando lugar a Rafael Benítez, actual treinador de uma equipa com um dos patrões mais exigentes da Premier League.
Ninguém sabe qual será a próxima compra astronómica ou o próximo despedimento mediático, mas uma coisa é certa, Roman Abramovich não ficará por aqui, resta agora esperar para ver...

F. Nunes

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Voz do Adepto não vai deixar de lado a NBA!


Com o All-Star Weekend (este ano em Houston) no horizonte e a época regular a meio do caminho, decidimos fazer uma ronda pelas equipas de cada divisão. Esta semana vamos dar um salto à Conferência Este, mais concretamente à Divisão do Atlântico. 

New York Knicks (25-14) 
Os Knicks começaram a temporada imparáveis, mas têm sentido algumas dificuldades desde a lesão do base Raymond Felton. Continuam no entanto líderes da divisão, apoiados numa época fantástica de Carmelo Anthony(29.2ppj e 6.0rpj) e do seu poste Tyson Chandler(12.2ppj e 11.0rpj), melhor defensor do ano na época transata e um dos melhores ressaltadores da Liga. O shooting-guard J.R. Smith, também em época de afirmação, tem providenciado grande energia vindo do banco com os seus 17 pontos por jogo, 5 ressaltos e 3 assistências. Aliás, o banco tem sido um dos pontos fortes destes Knicks, com Steve Novak (exímio atirador de 3), Pablo Prigioni (base argentino que apenas aos 35 anos chega à NBA) mas também, Jason Kidd e Rassheed Wallace, a fazerem deste plantel um dos mais profundos e com mais qualidade da Liga. O regresso dos lesionados Amar´e Stoudemire e Iman Shumpert, fazem destes Knicks uma equipa ainda mais temível e um dos principais candidatos à final da Conferência Este. 

Brooklyn Nets (25-16)
Com a mudança de New Jersey para Brooklyn o dono dos Nets, o milionário russo Mikhail Prokhorov, conseguiu impulsionar o franchise levando-o para uma zona mais popular. Com o despedimento do treinador principal Avery Johnson, o treinador interino P.J Carlesimo assumiu o controlo da equipa e, muito bem! Os Nets levam um recorde de 9-1(vitórias-derrotas) desde que Carlesimo tomou as rédeas da equipa, o ataque melhorou substancialmente passando de uma média de 94.5 pontos marcados por jogo, para 102.9 pontos por jogo sob a sua alçada. Com um cinco base |D.Williams-Joe Johnson-G.Wallace-R.Evans-Brook Lopez| talento e experiência são os adjetivos que melhor caracterizam este conjunto. Parece-nos no entanto que elementos como M.Teletovic, M.Brooks e A.Blatche poderiam ter um papel mais decisivo na rotação da equipa. Os Nets seguem em segundo lugar no Atlântico e em quarto na Conferência Este e se nada de anormal acontecer estarão nos playoffs. Até onde pensa que podem chegar? 

Boston Celtics (20-20)
Orientados pelo treinador Doc Rivers e comandados dentro de campo pelo base Rajon Rondo, os Celtics perderam este ano o maior marcador de 3 pontos da história da NBA, Ray Allen, para os rivais Miami Heat. Em oposição chegaram J.Terry, C.Lee, Leandrinho Barbosa e o rookie J.Sullinger que permitiram um acréscimo de qualidade à equipa. Ultrapassadas as lesões, Jeff Green parece finalmente pronto para mostrar todo o potencial que lhe é atribuído e, tem-se revelado uma peça importante na rotação dos C´s este ano. Avery Bradley também regressou de lesão e tem ajudado nos processos defensivos da equipa. Apesar de Boston estar um pouco aquém do esperado para esta época, acreditamos que marcarão presença nos playoffs e que serão um osso duro de roer para qualquer adversário. Com dois All-Star em Houston este ano (Rondo e Garnett), seria de esperar uma melhor prestação de Boston? Ou com os novos elementos melhor adaptados, serão estes Celtics mais difíceis de derrotar? 

Philadelphia 76ers (17-24)
Com um recorde negativo, os 76ers têm sentido a falta da sua figura dos últimos anos, Andre Iguodala (actualmente nos Denver Nuggets), principalmente no desempenho defensivo. Se não vejamos, passaram de uma média de 89.0 pontos sofridos por jogo na época passada para 97.1 pontos esta temporada. No entanto, acreditamos que com o regresso anunciado de Andrew Bynum para Fevereiro, esta situação se vai alterar e as aspirações de um ida ao playoffs serão concretizáveis pelos Sixers. Em termos individuais, é de destacar a época fantástica que o base Jrue Holiday (19.2ppj e 8.9apj) tem realizado até ao momento, jogando a um nível All-Star e carregando os 76ers ás costas. De salientar também a confirmação do talento de Evan Turner (2º no draft de 2010) e as excelentes prestações de Thaddeus Young. Poderão os 76ers atingir os playofs com o regresso de Bynum? 

Toronto Raptors (15-26)
A equipa de Toronto tem sido atingida pelas lesões esta época, desde A.Bargnani a J.Valanciunas, até K.Lowry ou L.Fields, o azar tem batido à porta dos Raptors ao longo da temporada. Para piorar, perderam nove jogos em prolongamento ou por cinco pontos ou menos. Com metade destes jogos ganhos os Raptors estavam, nesta altura, num lugar de playoff. Posto isto, as coisas só podem melhorar para a única equipa canadiana na NBA. 

Quem será para o leitor o primeiro classificado da Divisão do Atlântico? E com o All-Star Weekend aí ao virar da esquina, se houvesse um cinco ideal por Divisão, quem escolheriam para representar o Atlântico? 

R. Magalhães

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Pep Guardiola e Bundesliga: O cocktail perfeito?


Numa competição num claro sentido emergente, a chegada de Pep Guardiola ao comando técnico do Bayern de Munique é perfeita para que esta alcance o reconhecimento que realmente merece. Estádios repletos semana após semana, ambientes únicos nas bancadas, futebol atraente com intérpretes de qualidade, são alguns dos cartões de visita da Bundesliga, único campeonato europeu ainda sem nenhuma equipa eliminada daquelas que iniciaram as provas da UEFA na temporada 2012/2013 (Bayern, B. Dortmund, Schalke 04, Bayer Leverkusen, Hannover 96, B. Monchengladbach e Estugarda).

Olhando a realidade do futebol europeu actual, a Bundesliga mostra que não são necessários patrões endinheirados que despendem milhões ano após ano na construção dos seus planteis, para obter sucesso (o Bayern é a única excepção, efectuando por vezes contratações para as quais despende elevadas quantias). Jogadores predominantemente alemães, um mercado interno que permite que os clubes efectuem negócios entre si, bem como empresas de tecnologia avançada e da industria automóvel (também elas alemãs) a investirem nos clubes, permite a criação de um ciclo fechado, com relações win-win para todas as partes, inclusive para os adeptos. 
Contudo, trata-se ainda de um campeonato um pouco fechado aos olhos de muitos. E aqui...Guardiola é a peça chave. Um treinador mediático, nome consensual no mundo futebolístico, com enorme potencial para transmitir à competição alemã aquilo que ela precisa: publicidade, mediatismo, foco na imprensa mundial. É uma aposta de risco, a que assumiu, mas que pode ser sinónimo de sucesso. Se Pep tem tempo para dominar a exigente língua germânica, além do facto do conjunto bávaro apresentar uma grande estrutura (à semelhança do Barcelona), é também verdade que arrisca-se a chegar a um conjunto mais do que campeão, e sendo ainda uma incógnita o que fará na Champions, é dos principais candidatos a atingir novamente a final da competição. Pode-se ter "livrado" de José Mourinho, mas há que contar com o sensacional B. Dortmund, orientado pelo não menos fantástico Jurgen Klopp.

Com a entrada do Fair-Play Financeiro imposto pela UEFA na temporada 2013/2014 (o que irão fazer os milionários patrões da Premier League?), com jogadores de origem asiática (garantia de milhões de telespectadores) nos respectivos planteis de doze equipas da primeira divisão (Bayern, B. Dortmund, Friburgo, Mainz, B. Monchengladbach e W. Bremen são as excepções), e principalmente clubes saudáveis financeiramente, a Bundesliga pode perfeitamente, num prazo de cinco anos atingir o nível de mediatismo da Premier League...e até mesmo superá-la. 

Aqui fica uma pequena demonstração do ambiente no estádio do B. Dortmund:



A. Carvalho

domingo, 20 de janeiro de 2013

Navegadores do Século XXI


Caso fosse possível analisar o código genético de um país, Portugal, dentro das imensas informações inscritas no seu ADN, teria uma que se destacava: o Mar. Vejamos, no século XV e XVI Portugal formou o primeiro império global da história através das suas longas cruzadas marítimas. Desde sempre, o mar é pintado, escrito e cantado por artistas lusos. As especiarias, aliadas ao marisco e peixe de alta qualidade, trazem a maresia aos nossos pratos, espelhando o esforço e a dedicação das comunidades piscatórias formadas ao longo da costa portuguesa. Não podemos negar, o mar corre nas "veias” do país, tornando a nossa cultura tão especial.

Atualmente, as antigas caravelas portuguesas, as mesmas que levavam Portugal ao Mundo, são confundidas por outro tipo de embarcações. Embarcações de formato diferente, que são utilizadas nas modalidades desportivas náuticas. Através do seu uso, estes navegadores tentam retirar sensações de prazer, adrenalina e superação, num desporto onde as regras da natureza imperam. Uma dessas modalidades é o surf. 

O surf, enquanto modalidade desportiva, surge em Portugal nos anos 70, cativando desde então um grande número de praticantes. Os milhares de quilómetros projetados ao longo do Oceano Atlântico estão repletos de excelentes ondas, dotadas de uma regularidade ímpar na prática desta modalidade. Se adicionarmos os fatores geográficos à “cultura marítima” do povo português, compreendemos o facto de Portugal somar ano após ano, feitos únicos no surf:

  • Pelo sexto ano consecutivo, Tiago Pires mantém-se no circuito mundial de surf Association Surfing Professional (ASP). Atletas como Vasco Ribeiro e Frederico Morais acumulam resultados fantásticos no circuito mundial de juniores, prevendo um futuro bem risonho ao surf nacional.
  • Desde 2009, Portugal, mais concretamente Peniche, recebe uma etapa do circuito mundial de surf da ASP. Para além de receber os 35 melhores surfistas do mundo, a cidade de Peniche hospeda um grande número de espetadores, que esgotam a lotação da cidade, beneficiando a economia local e nacional.
  • Em Outubro de 2012, é inaugurado o primeiro Centro de Alto Rendimento de Surf em Portugal. Para além deste, está prevista a inauguração de mais três, localizados em Viana do Castelo, Aveiro e Nazaré.
  • Em 2010, o município da Nazaré convida o surfista Garett Macnamara, a desenvolver um projeto de três anos intitulado de North Canyon. Logo no segundo ano do projeto, este surfou uma onda de 23, 77 metros na praia do Norte, batendo o recorde do Guiness e colocando a cidade de Nazaré no roteiro mundial do surf. Este facto levou a que em 2012, atletas como o campeão mundial Joel Parkinson e Kelly Slater, tenham surfado esta onda. 
  • Portugal recebe anualmente um grande número de turistas provenientes de todo o mundo, cativados essencialmente pela qualidade das ondas. Zonas como Peniche, Ericeira, Nazaré, Costa Vicentina Alentejana e Açores conseguem ter este tipo de turismo todo o ano.


Todo este potencial e trabalho desenvolvido levantam algumas questões: Numa altura em que a crise afeta gravemente o nosso país, poderá o surf principalmente através do turismo associado, alavancar a economia nacional? Quais as estratégias que deverão ser seguidas?
Estará na altura de voltar ao Mar, Portugal?


M.Ferreira

sábado, 19 de janeiro de 2013

Paulo Fonseca e Paços de Ferreira - as iniciais do nome do treinador e clube são a sintonia para o sucesso!


Fez uma carreira humilde como jogador profissional (Barreirense, Leça, Belenenses, Marítimo, V. Guimarães e Estrela da Amadora), mas prepara-se para uma carreira de sucesso como treinador. Foi precisamente no último clube que representou como jogador, que iniciou até ver a sua auspiciosa carreira de técnico.

Em 2005/2006 orientou os Juniores do Estrela da Amadora e terminou num honroso 5º lugar. Na época 2006/2007, ainda ao serviço dos Juniores do Estrela da Amadora obteve um 3º lugar (feito notável), somente atrás dos dois rivais da 2ª circular. Seguiu-se a primeira experiência como treinador de Seniores, no 1º Dezembro, na III Divisão Nacional, onde atingiu o seu mais modesto trabalho até ao momento. Ficou-se pelo 1º lugar do campeonato de manutenção e na 3ª eliminatória da Taça de Portugal, eliminado então pelo Torreense. Odivelas foi a sua próxima casa, em 2008/2009, na II Divisão. Completou a Série D e a Fase de subida num prestigiante 5º lugar. Na Taça de Portugal, ficou-se mais uma vez pela 3ª eliminatória. No Pinhalnovense, cumpriu a época 2009/2010 e 2010/2011, obtendo o 7º e 4º lugar, respectivamente. Na Taça de Portugal fez duas prestações fantásticas nas duas épocas, somente eliminado nos 1/4 final pela primodivisonária Naval 1º de Maio em 2009/2010, e pelo vencedor da edição em 2010/2011, o FC Porto.

O primeiro trabalho como treinador de uma equipa profissional foi na época passada, no D. Aves. Na II Liga Portuguesa  "morreu na praia", ao ficar a escassos 2 pontos da subida de Divisão. Na Taça de Portugal, uma vez mais cai aos pés do vencedor da edição, a Académica de Coimbra, e novamente nos 1/4 final. Na Taça da Liga fica-se pelo 3º lugar da 1ª fase de grupos, com os mesmos pontos do 2º classificado, posição que lhe dava acesso à fase seguinte.
Esta época, até então, tem realizado um trabalho digno e fantástico a todos os níveis no Paços de Ferreira. É o ano de afirmação no panorama desportivo nacional e a confirmação de mais um bom valor nos treinadores portugueses. Segue num surpreendente 4º lugar, a 1 ponto do SC Braga. Vai iniciar sensivelmente dentro de uma hora, a difícil partida no Estádio do Dragão, transportando consigo um facto curioso e notável: são 483 minutos sem sofrer golos fora de casa, e quase 9 meses sem perder fora desta. Na Taça de Portugal quebrou finalmente a malapata, encontrando-se já nas 1/2 finais, onde irá defrontar o SL Benfica. Na Taça da Liga tinha já à vista também as 1/2 finais da competição, quando um golo do SCP, no último minuto, deitou tudo por terra.

É política do Paços de Ferreira que os seus treinadores usem um chapéu nas antevisões e análises aos jogos. Posto isto, é caso para dizer: é de tirar o chapéu ao enorme trabalho feito até então por Paulo Fonseca!

M. Felix

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Pelo Ciclismo



Para quem, como eu, considera e sempre considerou Jan Ullrich o grande ciclista da sua geração – principalmente, mas não só, por razões estéticas e gastronómicas – é mais fácil compreender – logo, num certo sentido, perdoar – esta rotineira confissão de mais um ciclista seu contemporâneo. 
Ao contrário do que querem fazer crer os seus muitos fãs, que demonstraram até ao fim uma lealdade canina na sua defesa contra acusações de doping, nunca foi verossímil, nem possuiu qualquer linha de credibilidade, a teoria de que o ciclista que se destacou por atingir e superar resultados até então nunca alcançados, conseguiu fazê-lo, numa geração de ciclistas dopados, sem recorrer a qualquer substância ilícita. Portanto, todo este clamor em torno da confissão de Armstrong, vale apenas pelo reconhecimento de que, por um lado, aquele caso patológico do auto-engano, muito estudado em Filosofia da Mente, em que o marido, contra todas as evidências de que é enganado, continua a acreditar na palavra da mulher, tem uma aplicação muito mais vasta, e, por outro, pela corroboração extraordinária da tese que nos diz que a crença define de facto a graduação das lentes com que vemos a realidade.
Dito isto, venho aqui elaborar – na verdade, reelaborar, pois escrevi-os ao longo dos últimos anos na persecução de uma defesa canina que tenho feito de Contador – alguns dos paradoxos que ficam de novo patentes e que, se não desculpam, pelo menos relativizam esta vaga de iconoclastia das nossas referências desportivas no ciclismo, que tanto contribuíram para, no meu caso, uma infância mais entusiasmante e feliz.

1. Como se explica que ciclistas que são apanhados com doping num ano, tenham ganho sem qualquer controlo positivo no ano anterior e voltem a ganhar sem qualquer controlo positivo no ano seguinte? Relembro que isso aconteceu com Contador, mas também, em certa medida, com Armstrong, que aos 37 anos alcançou um fenomenal 3º lugar no Tour quando já estava em vigor o passaporte biológico e, segundo afirma, já não se dopava. 

2. Numa geração em que, tanto quanto me recordo, já não há um único, dos ciclistas que se destacaram, que não tenha admitido o uso de substâncias dopantes, porque teremos de concluir que quem ganhou não foram mesmo os melhores? Afinal eles são os melhores porque se dopam, ou são os melhores tout court, uma vez que toda a gente, na verdade, ingere substâncias dopantes até ao limite?

Recordo os mais ingénuos que, se a grande maioria dos ciclistas não acusaram positivo no controlo antidoping, isso de certeza que se deve mais ao facto de não terem sido controlados do que a uma eventual pureza ou rectidão de princípios dos mesmos. Digo isto sem qualquer temor de estar a ser injusto porque quem acompanha percebe que todos os ciclistas vencedores também ganharam porque tinham uma equipa em grande forma, e, sem gostar de cair no cinismo, também me recuso a ceder ao auto-engano. 

3. O ponto dois, a admissão pública de que toda uma geração brilhante de ciclistas utilizou substância proibidas pelas regras, tende a levar à mais abstrusa conclusão de todas e que quero desde já denunciar e rejeitar: a de que o ciclismo é um caso especial; que o ciclismo, tal como praticado nas grandes voltas, foi, é e será um exercício intrinsecamente apelativo ao uso de substância dopantes e como tal a sua história está totalmente descredibilizada e o seu futuro para sempre estará. 
É verdade que esta tese é normalmente reverberada apenas por quem não tem um grande apreço pela modalidade – mesmo que amiúde a acompanhe por gostar de desporto – e como tal devia ser mais encarada com indiferença do que com resistência, mas, como parece ser uma tese muito em voga nos nossos jornalistas desportivos e idiotas úteis em geral, convém não deixar que esta passe por verdadeira. 

Pergunto: 

  • O doping só é decisivo no ciclismo? 
  • O doping não interfere na performance de mais nenhuma modalidade?
  • Qual a modalidade que combate o doping com uma ferocidade, não digo igual, mas parecida, com a sanha dos responsáveis pelas provas de ciclismo?
  • Os casos de doping, por exemplo, na NBA ou no Ténis não abundam porque os desportistas não se dopam, ou porque os responsáveis aligeiraram as regras e, mesmo quando estas são infringidas, inúmeras vezes fecham os olhos para proteger a modalidade?
  • E no Futebol, com regras inescrupulosas (Alguém imagina um jogador a ter de acordar 4/5 dias por semana para ser controlado? Ou ter sempre que dizer onde está? O Rasmussem mentiu porque tinha uma amante; quantas vezes não teriam de mentir, com a respectiva punição, os jogadores de futebol?) e um passaporte biológico, quantos casos Kolo Touré não existiriam?
  • Gostam de relembrar aos adeptos de ciclismo que não se ganha, como afirmou Anquetil, o Tour a beber água. Mas pergunto eu: mas em que modalidade em que se ganha só bebendo água? Conhecem alguma?


Se isto digo, e com isto concluo, não é para lançar uma vaga suspeita sobre todas as modalidades, mas para chamar a atenção de que se o ciclismo é um caso singular em matéria de doping, estamos muito longe de poder saber se isso se deve à modalidade em si do que à fúria persecutória que sobre ela se abateu.

pmramires

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O “fenómeno” Jorge Mendes



Nos dias de hoje, falar de futebol é falar em negócios de jogadores, em transferências milionárias, em parcerias entre clubes e empresários, acima de tudo, hoje em dia falar de futebol é falar em Jorge Mendes. Um empresário de sucesso, detentor da segunda maior empresa de agenciamento de jogadores, apenas atrás da empresa francesa Mondial Sport, resultante da fusão de duas empresas: a Mondial Promotion e a Mondial Sports Management & Consulting. Actualmente, gere a carreira de 69 jogadores, avaliados em 524,9 milhões de euros (segundo um estudo da “Pluri Consultoria”). Neste momento, ser agenciado por Jorge Mendes é sinónimo de sucesso e os jogadores sabem disso, os clubes sabem disso e até a banca sabe disso.

Controla actualmente os grandes clubes de Portugal e Espanha, procurando ter também uma grande influência em clubes de segunda linha, como são os casos do Rio Ave, S.C. Braga e Deportivo da Corunha. A relação próxima de Jorge Mendes com estes clubes é facilmente justificada. No caso dos vilacondenses, equipa agora orientada por Nuno Espírito Santo, que foi nada mais nada menos que o primeiro negócio por si efectuado enquanto agente, estávamos então em 1997, ano em que o jogador saiu do V. Guimarães, com destino ao Deportivo da Corunha, desde já presidido por Augusto César Lendoiro. Desde então, estabeleceu uma ligação de grande amizade com estas duas individualidades, o que explica o grande número de negócios realizados entre si, bem como o elevado número de jogadores agenciados pela Gestifute nos respectivos planteis. Numa breve análise à primeira volta dos dois campeonatos ibéricos, podemos concluir que esta parceria tem sido mais proveitosa para o clube vilacondense, situado num excelente quinto lugar europeu, longe das suas habituais lutas pela permanência, do que para o clube galego.

A troca de favores entre estas duas instituições e o empresário é por demais evidente. Desde jogadores vendidos a preços bem superiores ao seu real valor de mercado, a esquemas montados para valorizar jogadores ou facilitar a sua entrada na Europa para posteriormente serem vendidos a clubes com maior poder de compra. O caso do brasileiro Fabinho, que nem chegou a realizar jogos oficiais pelo Rio Ave e rapidamente rumou para Madrid, tendo sido o Rio Ave compensado com as chegadas de Lionn e Edimar. Filipe Augusto é outro caso puro de valorização. Custou 2,2 milhões à Gestifute, é internacional sub-20 pelo Brasil, e é notória a sua qualidade futebolística para outros voos. Vai actuando pelos vilacondenses, facilitando assim a sua adaptação ao futebol europeu. Quanto ao Deportivo da Corunha, recém-promovido à Liga BBVA, de bom grado vê esta parceria com a Gestifute, pois de outra maneira seria difícil contar com um plantel competitivo para esta temporada, dadas as limitações financeiras. O seu plantel é constituído por um vasto número de jogadores representados pelo empresário português, que procura recuperar e relançar as carreiras dos seus activos, situações que lhe permitirão realizar negócios rentáveis a curto prazo. Casos de Bruno Gama, Diogo Salomão, André Santos, Pizzi e do recém chegado Sílvio, e também por onde passaram, embora fugazmente Roderick e Tiago Pinto. Numa breve referência a Pizzi, detentor de um historial de transferências caricato desde a sua saída por empréstimo do S.C. Braga para o Atlético de Madrid, onde no final do mesmo é accionada a opção de compra pelos colchoneros, para novo empréstimo, desta vez ao Deportivo. Um jogo bem delineado por Jorge Mendes onde as regras são ele quem as faz. Este esquema por si montado é por demais evidente, quando olhamos para transferências como a de Bebe, um desconhecido que salta das ligas secundárias portuguesas para o Manchester United (após uma passagem fugaz por Guimarães, durante a pré-epoca), por uma módica quantia de 9 milhões de euros. Júlio Alves, que se transfere do Rio Ave para o Atlético de Madrid e de seguida segue para o Besiktas, onde foi nula a sua utilização, acabando agora nos “bês” do Sporting; Rúben Micael, envolvido no negócio Falcão, nunca chega a jogar pelo Atlético de Madrid, seguindo logo por empréstimo para o Saragoça. São apenas algumas, dessas muitas transacções realizadas por Jorge Mendes em volta dos “seus” clubes que geram alguma incompreensão.

Outro facto que levanta algum interesse é a Selecção Nacional. Tendo como referência a ultima convocatória de Paulo Bento, a maioria dos jogadores é agenciada pela Gestifute, o que demonstra bem o seu poderio a nível nacional. Verificamos cada vez mais a influência dos empresários nos clubes, nas selecções, estamos cada vez mais perante um jogo de interesses, onde os jogadores são apenas "mercadoria" num mundo cada vez mais de negócios do que de entretenimento de massas, onde o amor ao clube faz parte do passado e os jogadores são vistos cada vez mais como mercenários de uma “guerra” de empresários.

JPereira

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Não recomendado a fãs de Lance Armstrong...


O que se pensava ser um grande milagre, se não dos maiores no desporto Mundial e em grande parte na saúde, ao que parece, tem os seus dias contados e não passou mesmo disso... um milagre. Como é do conhecimento público, depois de vencer o cancro nos testículos, Lance Armstrong venceu 7 edições do Tour de France. Afinal não!

O ex-vencedor de 7 edições do Tour de France deu uma entrevista (1ª desde que lhe foram retirados os títulos em Outubro de 2012 pela UCI) esta 2ª feira, que vai para o ar amanhã nos Estados Unidos da América. A entrevista foi conduzida pela conhecida apresentadora Oprah Winfrey, gravada num hotel do estado do Texas. 

Está debaixo de um secretismo enorme, aquilo que o antigo ciclista norte-americano talvez tenha confessado durante a gravação da mesma. No entanto, tudo indica que terá assumido o recurso ao doping para melhorar o seu rendimento desportivo.

Para uns poderá ferir susceptibilidades, para outros será a confirmação de uma grande desilusão e para os mais radicais, uma notícia nada surpreendente. 


Na verdade, estranho é o ciclista nas 7 edições nunca ter acusado resultados positivos em nenhum controlo anti-doping feito pela UCI (União Ciclista Internacional) e com isto ser suspenso de imediato, em conformidade com as regras anti-doping da corrida.
Caso se confirme a confissão, o norte-americano poderá ter que devolver o dinheiro que conquistou nas presenças do Tour, reembolsar todos os seus patrocinadores e no pior dos cenários possíveis, ser vítima de acusações criminais, arriscando uma pena de prisão.

Para todos os amantes do desporto, neste caso em concreto do ciclismo quer seja fã incondicional ou não de Lance Armstrong, esta entrevista de 90 minutos não pode deixar de ser vista... Em Portugal a entrevista será transmitida pelo canal TLC, sexta-feira às 17h30 e promete ser o verdadeiro "Texas"!

M. Felix

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

"Passo a Paços" rumo à Europa


Este clube nortenho proveniente da "Capital do Móvel" com pouco mais de seis décadas de história encontra-se atualmente na 4º posição do campeonato a apenas 1 ponto do S.C. Braga e do acesso aos lugares da Champions. Esta época é sem dúvida o culminar de uma boa gestão de recursos, onde a máxima de que com pouco se pode fazer muito é por demais evidente. Um clube com um orçamento de 3,5 milhões de euros, bem longe dos orçamentos do S.C. Braga (15 milhões) e do Sporting (36 milhões), consegue neste momento deixar os leões a uns incríveis  10 pontos de diferença. É um clube cumpridor no pagamento dos salários aos jogadores (coisa rara no nosso campeonato atualmente), não entrando em grandes euforias, mantendo sempre os pés bem assentes na terra.

Olhando para o plantel desta época dos "castores" encontramos jogadores já com muita experiência e de inegável qualidade. O central e capitão Ricardo já com muitos anos de primeira liga, Tiago Valente, jogador que Paulo Fonseca trouxe com ele do Desp. Aves, que conseguiu ganhar o lugar a Javier Cohene um dos bons centrais do nosso campeonato, os regressos ao campeonato português de Tony (ex-Cluj) e Antunes (ex-Roma), dois laterais com muita vocação ofensiva. No meio campo os principais destaques vão para André Leão, um jogador já conhecido do nosso campeonato que depois de algumas épocas no Cluj e Beira-Mar aos 27 anos está a atingir o auge da sua carreira, ao seu lado normalmente joga Luiz Carlos, que experimenta este ano posições mais recuadas no terreno impondo no jogo do "paços" qualidade de passe e inteligência tática. Vítor é sem dúvida a principal figura da equipa Pacense esta época, conta já com 2 golos e 3 assistências sendo o melhor em campo na maioria dos jogos em que participou. Jogador que aos 29 anos aparece no principal escalão do nosso campeonato, deixando a ideia que existem muitos casos como ele nas divisões inferiores dos nossos campeonatos. Passou toda a sua carreira até então jogando em clubes da 2º Liga sendo um perfeito desconhecido até ingressar na época passada na equipa da Mata Real. Um jogador que provavelmente já vai tarde para uma carreira brilhante mas deixa muita água na boca pois demonstra qualidade para outros voos. Outro dos destaques no meio campo pacense é o caso de Josué, médio formado no F.C. Porto que este ano está a realizar a sua melhor época no escalão Sénior  aos 22 anos promete dar um salto na sua carreira. Na frente de ataque os destaques vão para Cícero  não é nenhum desconhecido para os atentos do futebol português, depois da experiência falhada no Dínamo de Moscovo, tem vindo a tentar relançar a carreira em Portugal passando já por vários clubes nas últimas épocas, mas sem dúvida que esta época na capital do móvel este avançado possante (um autêntico Panzer) de 26 anos está a realizar a melhor época no primeiro escalão português contribuindo muito para a excelente prestação da equipa no campeonato. Hurtado é outro dos destaques, este jovem avançado de 22 anos  internacional Peruano têm mostrado ter sido uma aposta ganha pelo clube no mercado sul-Americano, contratado esta época ao Alianza Lima do Peru.

Para além destes destaques a equipa pacense conta nas suas fileiras com jogadores já com muitos anos de primeira liga e de Paços de Ferreira, casos de Filipe Anunciação, Manuel José e Cássio, que muito ajudam a passar a mística do clube aos recém-chegados e são jogadores sempre úteis ao plantel fruto da sua qualidade e experiência.

Por último, destaque para o enorme trabalho do jovem treinador português Paulo Fonseca, que o ano passado falhou nas ultimas jornadas a subida com o Desp. Aves, este ano tem no entanto, demonstrado ter competências para vir a treinar clubes de maior dimensão. A organização que equipa pacense evidencia e a sua qualidade na posse de bola não são fruto do acaso e prova mais uma vez que em Portugal existem treinadores com muita qualidade.

Muita atenção a esta equipa até ao final do campeonato. Hurtado já disse em jeito de brincadeira que sonha com a Champions, Paulo Fonseca já fez questão de colocar os pés bem assentes na terra, mas a verdade é que este Paços, a jogar desta forma é candidato aos lugares europeus.

JPereira

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ronaldo vs Messi: Qual deles é realmente um jogador "do outro mundo"?


Ainda a Bola de Ouro...
Nos próximos anos, arrisco sem grande margem de erro a afirmar que serão eles os eternos favoritos ao troféu, competição onde "intrusos" como Sneijder o foi em 2010, apenas surgirão esporadicamente  em épocas de excelência. Iniesta encontra-se num patamar futebolístico de eleição, mas não é suficiente, porque Messi e Ronaldo são "do outro mundo". Num assunto já mais do que falado, no fundo, a conclusão sobre qual dos dois é realmente o melhor, equivale-se cada vez mais a discutir qual será o sexo dos anjos. 

Os gregos admiraram Zeus, os romanos idolatraram Júpiter  hoje o mundo do futebol deleita-se semana após semana com os feitos de dois "extraterrestres", verdadeiros deuses dos deuses do mundo futebolístico. Vítimas de comparações sucessivas, vítimas de coexistirem no mesmo espaço temporal, cada vez mais o estereótipo de que é impossível admirar ambos domina o panorama futebolístico actual. Hoje em dia, para a maioria, se és Messi não podes ser Ronaldo...e vice-versa.
No fundo, são dois "extraterrestres", provenientes de planetas diferentes. Messi, aos 25 anos é já o melhor marcador da história de um clube com currículo vasto como é o caso do Barcelona, foi vencedor de quatro bolas de ouro, bem como alcançou a impressionante marca de 91 golos num ano civil. Convém, no entanto, referir que está há mais de uma década inserido num ambiente que potencia ao máximo as suas qualidades, que acima de tudo...o protege. É um nome consensual, inclusivamente para a própria FIFA. Já Ronaldo, vive no agitado mundo madrileno, onde o simples facto de sair à rua com um chapéu mais excêntrico já é notícia. 174 golos em 172 jogos com a camisola merengue, é a figura principal de um clube que sofre quando não está presente. Criticado inúmeras vezes, inclusivamente pelos próprios portugueses, que se esquecem que ainda menino jogou um importante jogo pela nossa selecção frente à congénere russa, horas após a morte do seu pai. Venceu em Alvalade, herdou a mítica camisola 7 do United, outrora pertencente a Cantona e Beckham, tornando-se um ídolo dos Red Devils. Bateu todos os recordes na sua transferência para o Real Madrid, entrando em apenas três épocas e meia na grandiosa história dos merengues. O argentino é a representação do dom, parece acordar já com a bola colada ao seu pé esquerdo, o português é o maior exemplo do jogador que alia o dom a uma capacidade de trabalho impressionante. 

Provenientes de "mundos" diferentes, mas jogadores do "outro mundo", claramente acima dos restantes no panorama futebolístico actual. Numa coexistência, onde é mais difícil ser Ronaldo do que ser Messi, apenas é injustificável a diferença entre Bolas de Ouro na posse de cada um. Se Messi merece as quatro? Sem dúvida...mas Ronaldo merece mais do que apenas uma. 

Quanto ao resto, basta de discussões que nunca vão chegar a consenso. Tal como gregos e romanos nunca chegariam a um acordo sobre o seu máximo ser mitológico caso coexistissem no mesmo espaço temporal, o povo desportivo actual deve antes de qualquer suposição, apreciar a qualidade destes dois futebolistas. Serão para sempre recordados, como verdadeiros deuses, mas a sua carreira não será eterna...  

Aqui fica uma brincadeira inofensiva:


A. Carvalho

O jogo foi grande, o blog vai fazer por isso


Caros leitores,

    Chamo-me Pedro Ramires, assino como pmramires e sou, tanto quanto uma pessoa civilizada pode ser, um apaixonado adepto do Benfica. Gosto insaciavelmente de futebol e basquetebol, bem como de quase todos os desportos em geral, mais como observador do que como praticante, para ser sincero. Deixo à vossa consideração a pertinência das minhas opiniões. Espero que corra tudo bem. 
Apresentado, vamos ao clássico.

1. Jogando o Benfica com dois pontas-de-lança, era mais ou menos previsível que a superioridade numérica do FCPorto no meio-campo resultasse numa maior facilidade em ter a bola, porém, não sem a contrapartida de uma maior exposição da sua defesa, que teria de se ver regularmente face a uma igualdade numérica perante o ataque do Benfica. 
Em jogos contra as restantes equipas do campeonato nacional, não é difícil adivinhar o que desta estratégia benfiquista resulta: a capacidade técnica e o posicionamento táctico dos jogadores do meio-campo dos encarnados é suficiente para enfrentar a resiliência e as investidas do adversário, e uma frente de ataque populosa − e, Cardozo à parte, talentosa − causa os estragos esperados. 
Contra o meio-campo do FCPorto – e o trio Fernando-Moutinho-Lucho ainda é, salvo melhor opinião, o melhor meio-campo do país –, apostar no mesmo sistema táctico foi uma jogada de risco, e talvez Jorge Jesus só se tenha dado a esse luxo pela ausência de James: comprou um jogo instável, onde dificilmente teria o domínio, mas confiou na sua defesa para controlar as incursões dos adversários, que sem James tenderiam a ser pouco criativos. 
A defesa não se mostrou fiável – Garay e Artur, o velho ditado avisa mas não prepara: só nos pode trair quem merece a nossa total confiança – mas o resto do jogo foi exactamente como devia ser: um FCPorto com mais posse de bola, mais controlo de jogo, mais dominador no meio-campo, e o Benfica mais perigoso sempre que no ecrã da televisão se vislumbrava a baliza do FCPorto.

2. O momento do jogo deu-se quando Jesus, num acto de fé que faz jus ao seu nome, retira Lima de campo e acredita que Cardozo, com o miolo atrás de si reforçado, irá resolver o jogo num lance, a ocorrer em virtude do Espírito Santo, ou de Aimar. A oportunidade surgiu, o problema é que Cardozo nem sequer foi capaz de danificar o que Lima não teria dificuldade em destruir, e assim se perderam dois pontos.

3. Acho injustas as críticas de Vítor Pereira à qualidade de jogo do Benfica: por um lado, esquece que jogar bom futebol com Cardozo em campo é muito mais difícil; por outro, não me lembro da construção de uma jogada ofensiva perigosa por parte do FCPorto na segunda parte. Sem James não há rasgo, não há génio, tudo é demasiado previsível, estático, e a usual crítica de o Benfica estar à espera de uma bola parada para resolver o jogo pode, neste caso, ser devolvida com justiça: nunca vi o FCPorto com capacidade para mais. Mas Vítor Pereira lá sabe com o que se preocupar.

4. O melhor em campo, quanto a mim, foi o Matic, e não só pelo grande golo que marcou. Matic é o jogador que permite ao Benfica jogar em 4-4-2. Impecável sentido posicional; grande capacidade técnica; rigor no passe (malgré Spartak); verticalidade; pulmão. Mais um grande jogo.

5. Quando à arbitragem, há pelo menos dois foras-de-jogo, que poderiam resultar em jogadas perigosas, mal assinalados ao FCPorto, e um ao Benfica. No entanto, se os assistentes estiveram desastrados, o critério do árbitro na mostragem dos cartões foi ridículo: adiou o primeiro cartão amarelo à equipa que mais faltas realizou (e algumas delas duras) para os 82 minutos, e consciente disso mesmo foi perdoando segundos amarelos à outra equipa. Típico de um árbitro sem qualidade.

pmramires

domingo, 13 de janeiro de 2013

Violência no Desporto Nacional

A poucos minutos do grande clássico do futebol português aqui vai um pensamento sobre as cenas de violência a que, infelizmente, cada vez mais os grandes clubes nos têm habituado.
Não faz ainda uma semana que assistimos às cenas de violência no pavilhão da Luz e estranhe-se ou não, envolvem adeptos de um dos clubes que estará presente no clássico! 
Preocupante é o facto de pelos vistos não ser só no futebol que isto acontece e já se alastra a outras modalidades, neste caso concreto o hóquei em patins! 
Já este ano desportivo presenciamos cenas lamentáveis após o apito final do clássico em Andebol e enquanto esta rivalidade se manter (praticamente impossível acabar) quase todos os jogos envolvendo os denominados grandes das modalidades desportivas em Portugal vão acabar com intervenção dos nossos agentes de autoridade!
Posto isto, ironicamente ou não, há que agradecer à secção de Basquetebol do Porto por ter extinguido a modalidade e dar mérito ao SCP em não ter a ideia de criar uma equipa para o Voleibol e ao FCP para o Futsal e Voleibol para não termos o "prazer" de assistir a mais desacatos e cenas de violência.
Infelizmente já lamentamos uma morte no presente ano desportivo e vários detidos e tudo indica que não fica por aqui. Aproximando-se um clássico no futebol o receio de algo trágico cresce a grande nível e daqui a uns tempos a possibilidade de prevenir estes casos poderá passar por jogos à porta fechada nos clássicos e derbys do desporto nacional. Poder-se-á dizer que o desporto com esta decisão radical perderá o encanto que tem fora das 4 linhas mas com isto prevenir-se-á mais mortes, feridos e detenções entre espectadores!
Incentivamos a prática do Desporto em Portugal e com ele infelizmente vem a violência e assim de repente, os únicos estádios ou pavilhões em que nem sempre há violência é o estádio Faro-Loulé (já houve confrontos num SLB vs FCP numa final da Taça da Liga) e o Municipal de Leiria, vá-se lá saber porquê. 

Vamos lá ver como corre o grande embate desta semana...

O Começo


Hoje assinala-se o início da Voz do Adepto. Um blog desportivo com o objectivo de opinar, divagar e teorizar sobre os mais diversos temas no desporto.

Nenhum de nos anda a estudar para ser jornalista nem vamos dar notícias em primeira mão.
Mas sabemos que há muita coisa por dizer nos mais badalados jornais desportivos em Portugal e é aí que nós entramos. 

Não falamos de arbitragens ou jogos sujos entre clubes. Queremos ser imparciais mas nem sempre teremos razao.

E queremos a vossa opinião! Sim, se estás a ler isto e tens algum tema que queiras escrever? Toca a teclar!

Obrigado por terem aparecido, vemo-nos por aí!



Com os melhores cumprimentos,

Voz do Adepto
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